terça-feira, 11 de novembro de 2014

Quando roubam sua bicicleta


A questão de andar de bicicleta é complexa.


Se temos a oportunidade de um maior contato com a cidade montados no selim nos aventurando sobre duas rodas, também é aí que os riscos aparecem. Para quem não tem medo ou no mínimo se convenceu de que não adianta deixar que ele tome conta de nossas cabeças e nos iniba de pedalarmos por aí, a experiência da pedalada ainda que mais tranquila e mais frequente não nos deixa completamente seguros.

Já foram muitos os relatos que ouvi e li de roubos de bicicletas na cidade onde moro, e isso é um fator preocupante. Ainda que a bicicleta seja um bem de valor menor que outros meios de transporte como carro ou moto, é fato de que ela é alvo de ladrões, como todo bem material que expomos nas nossas andanças há de ser.

Eu mesmo já tive várias bicicletas roubadas/furtadas. Contabilizando aqui (por alto) arrisco que foram quatro (4). Todas bicicletas grandes, "Mountain Bikes". O primeiro roubo que me recordo fora durante uma volta para casa, aos 16 anos de idade. Voltava por um caminho por dentro do bairro, menos movimentado - tanto por veículos motorizados quanto por pedestres. Ao passar em frente ao Condomínio Vila Borguese no Bairro Copacabana, dois jovens montados em uma bicicleta entraram em confronto comigo e roubaram a bicicleta. Tentei registrar um boletim de ocorrência e não consegui - perdi minha tarde no intuito, esperando em vão que uma viatura da polícia fosse até mim, o que não ocorreu como a atendente do 190 me disse. Na época acreditava que isso poderia me ajudar de alguma forma.

Depois desse fato me distanciei do uso da bicicleta por um tempo, retomando as andanças cerca de 2 anos após o ocorrido. Juntei algum dinheiro e comecei novamente a investir em bicicletas, tinha três bicicletas em casa, mas utilizava em especial uma delas que havia customizado de forma a possibilitar um maior conforto e ergonomia nas pedaladas. Aproveitaram um descuido e entraram em minha residência, levando duas das três bicicletas, incluindo é claro a que eu utilizava para me deslocar na época.

Nenhum destes fatos me desencorajou a andar de bicicleta, ainda que o fato de ficar sem uma bike disponível me empurrasse para as andanças a pé ou de ônibus por algum tempo, nunca quis deixar de pedalar mesmo sabendo da iminência desse perigo.

Hoje transito com uma bicicleta relativamente cara e desconhecida - andar com uma bicicleta dobrável pelas ruas chama muita atenção. Os cadeados e correntes mais simples não me soam boas opções (utilizo um cadeado de moto) já que o valor da bicicleta que tenho gira na casa dos 1.000 reais e os desconhecidos especulam que ela vale muito mais do que isso, atraindo toda sorte de curiosos a me perguntar quanto investi para comprar a bicicleta.

Não me incomodo, respondo a todos, e junto com a informação do preço, relato sobre as vantagens de ser um ciclista que pode utilizar a bicicleta todos os dias dentro do ônibus dobrando-a, da saúde que obtenho com o feito, da rapidez e agilidade do transporte em determinadas ocasiões e do incrível custo-benefício de se utilizar uma bicicleta que não usa combustível, que tem manutenção e peças baratas, que não paga impostos anualmente - falo sempre isso na esperança de não ser alvo de pessoas que me julguem afortunado por optar pela bicicleta dobrável.

Mas ainda sim sinto uma certa insegurança, confesso. Mas até hoje, nenhum problema ocorrera. Toda essa minha reflexão hoje vem de encontro a situação que passou um amigo meu que ficou sem a sua bike e descobriu isso ao chegar em BH após uma viagem.Mas, a bike dele, ah, essa ele mesmo já disse que vai deixar saudades. E aí eu transcrevo um trecho da postagem dele no Facebook no intuito de fazer um diálogo virtual com a reflexão do maninho (disponível na íntegra clicando em http://va.mu/AjeVk):



"Cheguei em casa de viagem há pouco, e fui recebido com a infeliz notícia de que roubaram minha bike, dentro de casa. Fiquei triste, fiquei bolado. Essa bicicletinha me acompanhou pelos últimos dez anos em tudo que foi rolé, companheira de aventuras mesmo, já adiantou muito lado meu, carregou muita coisa na cesta, nego no quadro, até cachorro carregou, serviu de escada pra muita assinatura, já rodou e deu fuga comigo, cruzou bairros e cidades, fundou Bicicletadas, foi a protestos, virou música, videoclipe, fez carretos, correrias, vendeu zines, caiu, se quebrou junto comigo, me proporcionou conhecer vários bairros, ver visuais incríveis, viajamos um tanto, raramente me deixou na mão, quando nego chegava pagando com as bike pam ela sempre compareceu e mostrou seu valor..."

Dereco e a Bike
A Bike roubada
Afirmo que nós somos daqueles que não acreditam que "bandido bom é bandido morto", que refletimos muito quando somos vítimas de furto/roubo o suficiente para saber que ninguém se aventura numa história dessas sem colocar a cara a tapa, sem correr riscos severos e sem ter uma motivação (ainda que seja a fissura por uma pedra de crack ou outro vício qualquer) pessoal pra se aventurar no crime. Sem querer livrar a pessoa da responsabilidade pelos atos que ela têm, é importante não ser raso na argumentação e reflexão - se as pessoas não estão tendo oportunidade para fazer outra coisa além da criminalidade, o problema ao meu ver parece sempre muito maior do que ele pode parecer.

Presto minha solidariedade ao Dereco, que tanto pedalou com essa magrela ao meu lado, faço votos de que logo ele consiga outra bike para pedalar em BH ou a encontre por aí.

Um salve para todos os amigos e amigas que transitam de bike em BH, que estejamos atentos sempre e que andemos sempre seguros e protegidos destas ameaças.

Bem, é isso!

Observação: Se vocês virem a Bike do Dereco por aí, por favor, deem o GRITO!

domingo, 2 de novembro de 2014

Primeira Bicicletada de Belo Horizonte em 2008

Olá pessoal! Boa tarde.

Esse vídeo que estou postando é um registro amador da primeira bicicletada de Belo Horizonte! Em 2008, quando eu e alguns amigos meus já pedalávamos pelas ruas da cidade mineira curtindo um bocado a oportunidade e a experiência de vivenciar isso. Naquela época eram menos ciclistas, menos ciclovias, a antiga Antônio Carlos... mas os passeios eram diários, íamos sozinhos ou em grupos, combinávamos encontros nas praças para nossas articulações e vivências, vendíamos comida vegana fazendo o transporte utilizando caixas nas garupas das bikes. Muitos quilômetros de pedaladas. Eu chegava a pedalar mais de 20km diariamernte, enfrentando o trânsito da Antônio Carlos para estudar, as subidas e descidas da avenida, o Viaduto da Lagoinha...

Esse vídeo foi-me enviado pelo Dereco, grande irmão que também tá sempre pedalando pelas ruas de BH, e foi lembrado em razão do lançamento do single da banda da qual ele faz parte, o Coletivo Dinamite. O single que fora lançado chama-se "De Magrela" e conta um pouco a respeito da experiência de andar pelas ruas montado numa bike.

Para conferir a publicação no Facebook, basta acessar http://va.mu/AgDEJ

O Som está disponível para Download (e eu recomendo que ouçam) em: http://www.coletivodinamite.com.br/

Um salve para todos os manos e manas que desde aquela época estão pedalando ao meu lado, companhias super especiais. Vamos de bike!



Link para o vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=Gi2F_4BuE_o

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Iniciando a pedalada virtual

Olá, boa noite!

Meu nome é Daniel, tenho 25 anos e sou ciclista há 6 anos aproximadamente. Passei muito tempo pedalando em Belo Horizonte e continuo fazendo isso.

Atualmente pedalo para ir trabalhar, para estudar, para namorar. Trajetos diferentes que sempre me estimulam a continuar pedalando, seja pelas belas paisagens que encontro ou pelo destino em que chego.

Atualmente tenho utilizado uma Durban Bay 6, bicicleta dobrável que me auxilia bastante, vantajosa em razão de sua portabilidade e da possibilidade de utilizar o sistema de transporte público (em especial o MOVE) nos dias de semana, já que em Belo Horizonte as bicicletas convencionais só são permitidas dentro do ônibus aos finais de semana (sábado após às 15h e durante todos os domingos e feriados - segundo site da BHTrans - http://va.mu/Aepjw).

Hoje, tendo participado de uma conversa informal na sala de aula durante uma aula de Captação no Curso de Processos Gerenciais do Terceiro Setor da UEMG a respeito do uso da bike como meio de transporte e o sistema de bicicletas compartilhadas (que pode ser conhecido/contratado clicando em http://www.movesamba.com.br/bikebh/home.asp) resolvi criar este Blog para contar a respeito da minha vida sobre duas rodas, como uma forma de apontar minhas impressões quanto ao uso da bicicleta na minha cidade e também a respeito do uso da mesma no mundo inteiro.

Espero que gostem deste Blog e participem da construção do mesmo :)

Abraços!

Daniel Santos.